Cap. 218
Já passando pela base da Montanha do Silêncio, Tex enxerga uma grande rocha se destacando em meio ao branco da encosta.
— Ali. – aponta o sequestrador para sua vítima. — Vamos acampar debaixo daquela pedra.
— Por quê? – questiona Sarah. — Acha que os índios ficarão cansados se tiverem que subir até lá e vão desistir?
Tex provoca: — Guarde esse fogo para quando estivermos acomodados, minha linda.
Ele prossegue: — Aquela montanha parece ser o único lugar onde não tem ninguém nos observando.
A moça reage com espanto e o homem continua:
— Não sei quem ou o que está espiando a gente, mas tem olhos brotando da neve assim que a gente passa na última meia hora.
Sarah não consegue segurar a expressão de medo.
Tex: — Por isso, se dermos sorte, vamos até onde mostrei e ficamos por lá, tem uma rocha protegendo nossas costas e podendo ver qualquer um que tente subir para nos pegar. A não ser que você tenha uma ideia melhor. Você tem?
A indignação volta a superar o medo e o frio e Sarah se limita a responder com um grunhido.
Apesar de parecer seguro, Tex está preocupado e começando a achar que as lendas podem ser verdadeiras. Ele sabe que precisa de pelo menos mais meio dia para chegar à fronteira e seria suicídio tentar prosseguir depois que o sol sumisse no horizonte.
Só lhe resta subir até a pedra e torcer para que as lendas sejam só lendas. Ou que ele tenha trazido bombas o suficiente.
Alguns quilômetros atrás, também seguindo rumo à pedra na montanha, Augustus se aproxima de Nokomis ignorando o olhar de reprovação de Cobra Traiçoeira.
Augustus: — Tem uma coisa que preciso perguntar, senhorita.
A moça aponta para o próprio peito e o corrige: — É Nokomis.
Augustus respira fundo e retoma: — Certo, Nokomis. Quando eu estive em sua aldeia, na cabana de Lua da Raposa, você foi até lá me ver?
Nokomis: — Sim.
Augustus: — Eu não sabia se tinha mesmo acontecido ou se foi um delírio devido ao veneno da cobra.
Nokomis: — Era eu.
Augustus: — Que bom saber. E por que você foi lá?
Nokomis: — Lua da Raposa me pediu para ficar lá até você morrer.
Augustus: — Que coisa. E eu nem morri.
A moça sorri: — É, ainda não.